A canoa desliza mansamente,
Na proa, colado ao banco
Vai o caboclo
De “hastea”à mão
Lanterna entredentes.
Imóvel,como se esculpido
Como uma só peça
Ao banco colado
Lanterna entredentes,
Deixa a canoa
Deslizar mansamente.
De chofre, algo avista.
Move-se agora
Como se houvesse
Adquirido vida
A inerte escultura.
Que terá visto?
Que o faz remar para a margem
Criatura ?
Uma brasa aparecera
Quando focara a margem
Oposta a cabeceira.
Era o jacaré que buscava.
Aproxima-se mais e mais…
Já bem próximo, ergue a “hastea”
Lança-a, e no lombo da fera
O arpão crava.
Começara apenas a contenda,
Colhia o caboclo a arpoeira,
O monstro lutava,
A canoa descia lentamente
Próxima a beira.
Surgiu enfim o jacaré à tona,
O caboclo cacetava furioso,
A fera expirou,
O caboclo sorriu…
Alegre, vitorioso
Martiniano Bezerra Neto
Sem Comentários